segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Pra acabar

Tanto se falou no fim do mundo e tão pouco esforço vi no intuito de defendê-lo. Afinal, que lugar, tempo ou experiência se quer conservar, ou é apenas a noção de mundo, para que possamos ter onde expor esse medo? Medo estúpido da finitude, como se a continuidade, do jeito que temos conduzido as coisas, fosse benéfica para alguém ou algo. Imagino, se fosse perpétua a parvidade dos homens e mulheres que hoje habitam a "estimada" Terra, muitos lamentariam sua não extinção. Para lamentarmos o fim, precisaríamos, antes, viver uma vida digna de saudade. (Viver, apenas, sem adjetivos) E de onde, pergunto, essa perda seria sentida? Do além, do paraíso, do inferno, do espaço, de outro plano ou existência? Pois sem antes nem depois, agora é o que há, e não ouço sequer um noticiário alardear: "Este é o momento pelo qual esperamos. O dia em que nós, seres humanos, descobrimos a infinita beleza deste finito mundo".