quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Descasa do misantropado

Comentário prepoema/estudo:

Já não tenho mais a insônia do poeta. Quando muito um notivagaroso e voluntário. É mais fácil escrever quando é mais difícil. Quando é mais fácil, não quero ou nada me vem.

Às vezes precisamos cortar alguma artéria para sangrar bonito, mas tenho apenas me espetado umas agulhas. Haja faca.

Descasa do misantropado

Essa necessidade urgente de casa
por não ter lar fora, nem vestígio
lá fora, acasa, afora, aflora, à míngua

Sem o com fica essa troça deslocada
precedendo dentro, mais margem
redor, re-dor, de rente, em volta, entorno

Escondendo o que condena fico em coma
medolento em vida, comovo
mediço, mavento, me evado, vomito, me vou

Essa inteligência ausente de sangue
gente descentro, parasita
pessoa, des-sente, peçonha, passiva, prescindo

2 comentários:

Anônimo disse...

Pow, Zi, "Intimidador" é a palavra que descreve essa genialidade criativa. Nem sei como comentar isso.

Anônimo disse...

Se captei a mensagem... diria o seguinte: Quando difícil... nós somos puro lucro. Quando fácil... nós somos o que há de difícil!

Realmente este é um poema de mil agulhas... jorrou sem jorrar, sangrou sem sangrar... talvez pelo vazio que transbordou a todo momento.

Haja!